Hello To Nothing


Meus dedos doem, não sei se é de tanto utilizá-los ou se é de tê-los batido em algum lugar.
Estou de saco cheio de tudo. Não sei o que fazer.
Não consigo mais escrever.
Queria beber, mas nem isso posso, ao menos por enquanto.
Acho que a bebida me inspira ou ao menos me tira o tédio.
Coisa que anda difícil.
Tenho trocado minha vida por jogos eletrônicos.
Eles fazem meu tempo passar e eu ter objetivos temporários de faz-de-conta.
Objetivos? Claro que eu tenho objetivos verdadeiros.
Mas todos eles dependem de tempo e até onde eu saiba, sou a pessoa mais ansiosa e impaciente que conheço.
Mas voltando aos jogos...
Pra que eu quero tanto que o tempo passe?
O amanhã não será mais agradável do que o ontem foi ou do que o hoje está sendo.
Então pra que eu quero que ande pra frente?
Existem coisas lá na frente, inclusive, que eu preferia que sumissem do que continuassem existindo.
Não quero lutar, estou cansada, tenho preguiça, tenho repúdio pela raça humana em sua grande maioria.
Estou de saco cheio de pessoas.
Me sinto como um Bukowski que de repente entendeu o quanto a raça humana é hipócrita, egoísta e mesquinha, e a partir de então, está cansado, saturado e esgotado dessa raça.
Eu sei, eu sei que eu faço parte dela.
E eu sei que sinto o mesmo por mim.
Talvez toda esse cansaço mental, esse enjoo, esse desgaste estejam minando minha criatividade.
Estejam me prendendo dentro dessa amarra de tédio e cansaço.
Não consigo dormir, porque fico pensando.
Não consigo escrever, porque fico desinspirada.
Não consigo, não consigo, não consigo...
Só consigo jogar, mas... Mesmo os meus jogos já estão me enjoando.
Eu enjoo de todas as coisas muito rápido.
Talvez eu esteja procurando por alguma coisa nova, alguma coisa imprevisível, explosiva, faiscante...
Talvez seja por isso que eu quero tanto que o mundo ande em "fast foward".
Talvez eu esteja buscando alguma coisa que meu próprio corpo não sabe o que é, mas que minha mente ou talvez minha alma (se ela existir) estejam já prevendo aonde vai estar.
No futuro.
Ou estou apenas tentando ser positiva.
Talvez todos os humanos sejam mesmo assim. Nunca satisfeitos com nada. Nunca nada está bom pra eles. Nunca nada está bom pra mim.
Tenho uma certa felicidade. Tenho uma certa recompensa.
Tenho problemas também, eu sei, mas todos tem.
Não estou tão ruim assim.
Mas mesmo assim, é como se meu corpo sempre estivesse buscando isso...
Essa coisa invisível. Essa sensação de satisfação.
Às vezes, como agora, acho que isso está no futuro, em alguma novidade, no desconhecido.
Mas em outros momentos, eu me surpreendo buscando alguma coisa nostálgica, alguma lembrança escondida, velhos sentimentos e gostos ressurgem me deixando surpresa e eu não sei se de fato são essas coisas que eu procuro, apesar do rápido sabor de contentamento passageiro que elas me dão.
Quero beber.
Quando eu bebo, parece que minha mente flui livre.
Eu fico um tanto quanto satisfeita quando bêbada.
E às vezes, é como se as coisas do "lado de fora" ficassem mais rápidas, como se não importassem, e de fato não importam, enquanto as coisas de dentro ficassem num período exato.
Não no tempo normal que as coisas passam, mas no tempo que deveriam passar.
As brigas, discussões, gritos, pensamentos ruins, enjoos, tudo parece passar rápido...
Enquanto o amor fica.
As ideias fluem.
Me sinto uma idiota perdida falando isso, mas é como eu costumava me sentir.
Estou tão exausta de estar exausta.
Não sei o que pode resolver meus problemas.
Queria voltar a escrever.
Não só isso, queria terminar o que escrevo.
Tenho pastas e mais pastas, arquivos e mais arquivos no meu computador, todos cheios de histórias incríveis que vem e vão.
Eu sei todos os finais dessas histórias e todos os mistérios e tudo o mais.
Mas não consigo continuar coisa alguma.
Porque é como se tivesse faltando alguma coisa dentro de mim.
Às vezes, é como se o sentimento falhasse também.
Como se ele estivesse oco, vazio, frio e eu estivesse insistentemente tentando fazê-lo voltar, reviver, sobreviver...
Como se eu tivesse repuxando o último fio possível de esperança de dentro dele por um medo terrível, devastador e avassalador de me arrepender depois de decisões mal tomadas e sensações mal interpretadas.
Não sou do tipo que se arrepende, mas ando tão estúpida até nesse ponto.
Só consigo ficar aqui, jogando palavras ao vento, enquanto deveria estar fazendo algo de útil.
Bebendo, por exemplo, mas não posso.
Jogando, por exemplo, mas não quero.
Quero dormir, mas não consigo.
Pra merda com isso tudo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Palavra de psicóloga? Seja uma boa menina(rsrsrs...) e tente fazê algo bom para os menos favorecidos. Ora, você tem acesso livre á internet, uma relação com alguém que você ama e uma vida(questionavelmente) saúdavel. Talvez esteja na hora de parar de ser uma coitadinha da internet, que apenas escreve esses textos para alguém sentir pena de você e dos seus fantasmas, e ajudar a trazer um sorriso para uma garotinha/o que vive em uma favela ou barranco mal acabado. Claro, é um trabalho meio ingrato, sendo que nem todos vão te reconhecer, mas um pouco de orgulho e satisfação pessoal vão brotar, e talvez a idéia de que você trouxe um pouco de felicidade para alguém menos favorecido, mesmo que mínimo, vai te injetar um pouco de animo. Quer que alguém nesse mundo "hipócrita" faça alguma coisa? Comece com você mesmo, que fica nesses seus porres e jogos eletrônicos e reclamando que esse mundo está podre, sendo que, aparentemente, é a única coisa que você faz. Um pouco de trabalho assistencial, diferente do solitário, critico e desagrádavel que voce faz aqui na internet, vai te fazer bem. Você não é a única que pensa assim, mas diferente de você, eles, assim como eu, estão fazendo alguma coisa além de fazer birra e nada construtivo. Pode não valer muito a pena,mas já é um bom começo.
Se isso ajudou, fico muito feliz em ter feito algo útil. Se sentiu-se ofendida, bem, sinto muito, mas tive a melhor das intenções. Caso queira ajudar, aqui em São Paulo há muitos centros de ajuda social. Caso pense em ajudar; espero aue nos encontremos um dia desses.

Atenciosamente. Dr. Cláudia G. Aparecida.

AArK Cianwood disse...

Sua melhor das intenções soou um tanto irônica em alguns momentos de seu comentário. O que você falou sobre ajudar alguém, é claro, é sempre uma coisa boa, e obviamente, além do que eu já faço, faria muito mais, sim, com certeza, o quanto pudesse. Agora, ficar falando de mim, como se a única coisa que eu fizesse fosse reclamar na internet, fazer birra e não fazer de nada construtivo, mostra que você está me julgando "pela capa". Não me conhece, não sabe o que eu faço da vida, não sabe nada sobre mim e quer me julgar pelas minhas postagens, meus gostos e meu hobby. Não é porque alguém é um jovem e desabafa num blog pessoal (que até onde eu saiba, serve pra isso), que essa pessoa é birrenta e não faz nada de bom da vida, inclusive, nada de bom pra ninguém. Não fale do que não sabe. Você como psicóloga deve saber que é muito necessário CONHECER a pessoa melhor (ao menos, até onde ela quer mostrar a você e até onde você pode analisar sozinha, perante ela, com seus conhecimentos), pra poder dizer o que há com ela e para resolver as coisas. BTW, acho engraçado você ter dito ser psicóloga e recomendar a alguém que apenas "faça trabalhos de caridade e pare de reclamar". É de fato uma atitude e um conselho interessante para uma psicóloga. E vou repetir, quando escrevo esses textos, não espero que ninguém leia, muito menos fique com pena e muito menos me dê um conselho (sinceramente), apenas quero desabafar no meu blog pessoal. Agora, se isso te ofende, desculpe, só disse a verdade que você me permitiu falar. Até um dia (ou talvez não).