Falsa-Felicidade

*Paranoia*



Ele era meu melhor amigo.
Ele me sacaneou.
Amigos não somos mais.

Ela é a namorada dele.
E ela era a minha colega.
Eles me sacanearam.
Colegas não somos mais.

Ele virou meu "amigo".
Ele é verdadeiro como plástico.
"Amigos" nós nunca fomos.

Eu não tenho compreensão.
Eu tenho dor de cabeça.
Eu não tenho um ouvido.
Eu tenho enjôos e vômitos.
Eu não tenho um ombro amigo.
Eu tenho ressaca.
Eu não tenho paz.
Eu tenho cerveja (O que, às vezes, é quase a mesma coisa).

- - -

*Paliativo V.2*


Poesia suja
Vinda da boca do bueiro
Da boca do bueiro
Sem dentes

Grito sufocado
Pelo inconsciente mudo
De uma consciência solitária
Que movimenta uma nação

Paredes giratórias
Que esmagam e que circulam
As vigas de suas veias
Que explodem numa colisão

Deixe seus demônios na porta de entrada
Lá há um tapete pra que eles limpem seus sapatos
(Sujos de piche)

Meninos brincando com armas
Destruição em massa
De uma geração falida
Que gasta seu dinheiro em máquinas

Quadros empoeirados
Guardando segredos orgânicos
E grito de choro, e lágrimas
Escorrendo vermelhas até os dedos

Mentiras flutuando no tempo
Modificando-se para parecerem modernas
Demarcando sua silhueta
Sua imagem desfigurada cheia de figurativos

Deixe seus demônios na porta de entrada
Lá há um tapete pra que eles limpem seus sapatos
(Sujos de sangue)

E eu sou só uma cópia malfeita de mim mesma
E eu sou só uma cópia malfeita de mim mesma
E eu sou só uma cópia malfeita de mim mesma...

- - -

*Oxigenação*


não há nada de bom
não há nada de novo
o sangue escorre pelas minhas costas
e todas minhas artérias ardem

não há nada de bom
não há nada de novo
as marcas ainda existem
e a punição não é severa

eu tentei te punir por me amar
você tentou me punir por errar
eu tentei te partir, eu tentei te quebrar
mas o vidro nunca riscou a sua pele
(demonstre sentimentos: chore de dor, grite de medo)

eu possuo a inocência
dos que não pensam antes de agir
eu possuo o carisma, eu possuo a artimanha
pra poder depois te ferir
(demonstre sentimentos: chore de mágoa, grite pela falta)

não há nada de bom
não há nada de novo
minhas asas esmagadas e amarradas
uma droga de sentimento que nunca valeu de nada...

- - -

*Overlock*


sou um soldado sem armas
sou uma criança com fome
destruída e alucinada
abandonada no berço insone

sou uma régua sem métrica
sou um quadro sem cor
vocês me julgaram podre
agora meu corpo não tem amor

e sozinha com medo
com a faca na mão
dou tiro no escuro
mato a solidão
descubro e invento
apenas pra me defender
os meus jogos me iludem
e me fazem esquecer

que...

eu sou tão amarga quanto fel
todos me levaram pro inferno
por sua causa desconheço o céu
vestindo de madeira seu terno

eu sou uma anedota mal contada
distorcida por risadas desgraçadas
eu não entendo sua dor e sua piada
sem ajuda vou morrer pelada

e sozinha com o trevo
com uma folha a faltar
dou tiro no escuro
e começo a soluçar
no enredo tudo é farsa
ninguém entende minha versão
com medo e destroçada
dizem que é minha lição

descubra mais uma vez
que eu inventei então
uma história mal contada
com o cu em sua mão

- - -

*Origem*


vc quer compreensão, e eu ouço seus problemas
vc quer consciência, e eu aceito as suas regras
vc quer paciência, e eu aguardo suas promessas
vc quer apoio, e eu defendo suas idéias
vc quer cumplicidade, e eu escondo suas vítimas
vc quer carinho,e eu aceito com agrado
vc quer compaixão, e eu afago as suas feridas
vc quer amor, e eu entorno as suas doses

só não me julgue
só não me prenda
eu quero é liberdade
e um pouquinho de privacidade
pra explorar minha criatividade
e minha personaliodade
(com bom senso)

vc quer cooperação, e eu te dou as minhas horas
vc quer fidelidade, e eu pago um bom preço
vc quer resolução, e eu preciso pensar rápido
vc quer sempre e sempre perto...

só não me julgue - não estou pagando seus pecados
só não me prenda - não amanse com a corrente
não diga que me entende - que não é verdade
você não me conhece por inteiro, só pela metade
eu quero é liberdade - isso que me faz ser eu
e privacidade - quero gostar de viver
é minha personalidade - fazer o que faço
quero fazer a minha arte pra sobreviver

- - -

*Origami*


sexo
dinheiro
violência
sexo
dinheiro
violência
três palavrões indescentes
três palavrões indescentes
talvez não era pra ser
mas olhe a mídia
suas tevês com telas cor-de-rosa
exibindo o sexo explícito por prazer promíscuo
um prosaico misto de violência, um estupro
e a violência explícita, no jornal, as guerras
e é nação matando nação
enquanto o dinheiro move moinhos
e o dinheiro move as pessoas
e pelo dinheiro elas comem e consomem
mais sexo e mais violência e mais mídia e mais televisão...
blablabla
você escolhe o refrão





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