Sexualidade Feminina


Estava aqui eu, refletindo sobre preceitos feministas que eu compactuo com, quando me deparei com uma certa divergência sobre o mesmo assunto: Sexualidade/sensualidade feminina. Veja bem, é dito que as feministas lutam contra o papel da sociedade da mulher ser sempre pura, casta e virgem. Afinal, desde pequenas são ensinados que as garotas devem fechas as pernas, as garotas não devem se masturbar, as garotas não devem foder com geral (senão são putas), as garotas não devem dar pra qualquer um e tudo o mais. E isso está refletido em uma porrada de coisas até as mais simples, como a minha mãe me mandando sentar de pernas fechadas ou cruzadas, só porque eu sou mulher. Ué, mas o garoto senta com pernas abertas, por que eu não posso? Por que eu tenho me comportar? Sim, sim, isso é conhecido. Mas as feministas também lutam contra a objetificação da mulher. Tipo, usar mulheres seminuas em propagandas, venda de produtos via corpos de mulheres nuas, mulheres que podiam estar vendendo sua música, estar simplesmente vendendo seu corpo, suas curvas em roupas minúsculas. E isso cai numa contradição, digo, uma coisa com a outra. Se a mulher deve ter liberdade pra expressar sua sexualidade, se a mulher não deve ser chamada de puta porque dorme com vários caras, se a mulher não deve se sentir suja por gostar e praticar sexo, por que a mulher deve estar em uma posição errada (ou mesmo as outras mulheres e homens que compactuaram pra que ela esteja) se fizer um comercial seminua ou se sair em uma revista de mulher pelada? Tipo... Ela não está apenas exercendo o que quer? Vejamos, é errado aproveitar-se de crianças pra exploração sexual, claro que sim, porque elas não têm consciência ainda, são muito novas pra entenderem o que querem e o que devem ou não fazer. Mas é errado uma mulher adulta ser prostituta se assim ela gosta e quer ser? Não faz sentido. Se você está pensando dessa forma, você está novamente tirando os direitos da mulher de fazer o que ela bem entende. Claro, eu não concordo que coloquem uma mulher seminua num comercial de casas, porque acho que simplesmente isso não combina com o produto em si, e é só uma maneira de chamar atenção de uma forma que nada tem a ver com a venda. Assim como acho que, se a pessoa está no ramo da música, ela deva vender pela música e não pela sua aparência. Mas mesmo assim, se uma mulher quer ganhar uma grana alta saindo numa revista pornográfica ou se uma mulher vende o corpo como prostituta, simplesmente, porque quer vender, ela não está fazendo nada além do que ela pode e deve fazer com o seu corpo. Do que adianta defender que a mulher tenha sua liberdade e depois escrachar mulheres que fazem isso? Eu sei lá, acho meio contraditório. Mas... É apenas minha opinião.

4 comentários:

Speka disse...

Entendo e concordo com o seu ponto de vista. Acredito que se uma mulher consciente escolhe qualquer coisa para a própria vida, até mesmo ser prostituta, ninguém tem o direito de meter. É a liberdade de querer ser o que quiser, independente de gênero. Eu não acredito que feministas de verdade sejam contra isso, visto que já conheci de perto um grupo que luta pelos direitos da mulher e que apoia a prostituição legalizada - inclusive fizeram uma espécie de livro falando sobre isso direcionado às próprias prostitutas. Quem delimita a liberdade dessa maneira não é feminista, é conservadora de costumes anacrônicos sem sentido na época que vivemos.

AArK Cianwood disse...

Sim, também penso assim. Mas eu já vi grupos e/ou pessoas feministas discutirem entre si sobre esses assuntos. Algumas diziam "Ah, mas eu sou contra a Playboy, porque ela vende a objetificação da mulher", daí vinha outra e falava "Ah, eu não sou contra, porque a mulher tem que fazer o que quiser com seu próprio corpo!" e por aí seguia...

Anônimo disse...

São coisas diferentes, é claro que a mulher pode ganhar dinheiro posando nua mas o que está por trás dessa demanda que é a tal objetificação. É o "comércio" do corpo feminino e todo o contexto sócio cultural que vivemos que são o alvo das críticas...

AArK Cianwood disse...

Exato. Mas pensa bem, se a mulher compactuou com essa objetificação, esse comércio, se ela retirou suas roupas e deixou sua imagem ser comercializada por grana, então, ela está errada assim como esse comércio está? Ou ela está apenas exercendo sua liberdade de escolha para com o próprio corpo? Porque veja bem, se uma pessoa qualquer participa de um comercial de armas, ela está a favor do armamento, não é? E essa pessoa, assim como o comercial em si, é culpado, por mais que ela tenha escolhido participar disso. Exatamente como a mulher que escolhe sair nua, ela exerce o direito dela para com o próprio corpo, mas ao mesmo tempo, ela ajuda essa mídia de objetificação, então, nesse caso, é errado ela exercer a própria liberdade feminina? Nesse ponto que eu quero chegar!