Sick and tired

Me sinto deprimida.
Já não sei nem há quanto tempo dura isso, mas eu tenho certeza que já faz mais de um ano.
A verdade é que quanto mais o tempo passa, mais eu me vejo melhor sozinha.
E quando digo isso, não me refiro só a relacionamentos amorosos.
Gastei um tempo pensando nisso e percebi que há muito tempo... eu tenho detestado pessoas.
E tenho instintivamente fugido delas sem notar.
Não consigo dizer nem mesmo quando comecei isso ou porquê.
Bom, de fato eu posso citar alguns dos motivos...
Seres humanos são podres.
Pode ser clichê, mas é verdade.
Ninguém se importa com absolutamente ninguém. Todos só pensam em si próprios.
Até mesmo pra alguém ser empático, essa pessoa faz uma associação a respeito de algo que ela própria viveu pra poder tentar entender o sentimento do outro.
O preconceito, inclusive, é a maior prova disso. Você odeia alguma coisa só porque você não a conhece ou não a entende.
A que ponto baixo o ser humano pode chegar por ser tão egoísta, não é?
E bom, eu não sou diferente.
E isso me torna uma hipócrita também, consequentemente.
Mas eu nunca menti que eu nunca fui muito com a minha mesmo.
No entanto, como em uma ótima bolha, eu me dou bem comigo mesma - se é que faz algum sentido.
Eu nunca me assumi pra minha família, mas também nunca escondi nada deles.
Eu agi o tempo todo como se eles não precisassem saber de nada, ou como se eles já soubessem de tudo, e tudo ocorreu de maneira natural e sem mais complicações.
E por algum motivo, eu não ligava também.
Na verdade, me vejo afastada de todo mundo há muito tempo, eu acho.
O que é uma ironia, porque eu falo da minha vida abertamente pra todo mundo.
Talvez, no fundo, só eu saiba dos meus próprios segredos, das coisas as quais me arrependo, das coisas a quais eu temo ou escondo. E ninguém mais precisa saber disso e o resto é supérfluo, por isso nem ligo.
É bom que todo mundo me veja como alguém extrovertido e sociável.
Talvez eu, de fato, queira ser assim.
Mas eu não consigo.
Não sento mais pra conversar com meus parentes e quando eu tento, explode uma bomba qualquer.
Não quero mais bombas explodindo.
Tenho preguiça de conversar com os outros.
Na verdade, eu tenho torcido pra não me aproximar dos meus parentes mentalmente.
Tenho vergonha disso, mas não é por mal.
Eu não os odeio - não quero que me entendam mal. Eu só... quero ficar sozinha.
Os meus amigos também, como pode?
Sempre os considerei uma espécie de segunda família.
Mas por algum motivo, sempre me sinto um tanto incomodada com a presença de alguém por perto.
E acho que a cada dia isso está pior.
A culpa não foi do meu ex-relacionamento nem nada assim.
Na verdade, aquilo me afetou menos do que eu esperava que me afetasse.
Talvez, porque o que tinha pra mudar dentro de mim já tinha mudado muito antes.
Talvez eu esteja mesmo assim há anos e só tenha percebido agora - o que é burrice, mas tudo bem.
Eu não tenho tido ânimo pra nada desde meu ensino médio.
Eu era uma criança hiperativa, brincalhona e só tirava ótimas notas, mesmo sendo sacaneada por imbecis na escola.
E de repente, foi como se nada mais importasse.
E de repente, eu toquei um foda-se e joguei tudo pro alto.
E pelo visto, é como se até hoje eu não desse a mínima.
Sempre cansada de tudo, sempre desistente antes de tentar, nem eu mesma deposito expectativas em mim.
Eu só deixo o tempo passar, eu só espero a vida correr, eu fico tentando criar objetivos, mas no fundo, eu não ligo e ninguém parece acreditar mesmo.
É engraçado como eu conto para os dias passarem, pra chegar no dia seguinte, na semana seguinte, no mês seguinte, no ano seguinte, e eu contar pra ele passar também.
Eu fico tentando imaginar aonde eu quero chegar com isso...
Se é que eu tenho ainda alguma esperança.
Ou se é que eu quero que a vida termine de uma vez.
Não que eu não tenha medo de morrer.
Eu sempre repito a mim mesma que quero viajar o mundo antes disso acontecer, e acho que esse vai ser meu único arrependimento no momento.
Mas é que a maioria das vezes a vida é tão sem graça que não vale a pena.
Há quanto tempo eu não durmo direito?
Talvez eu esteja com algum problema na cabeça, mas ainda sim, eu consigo me entreter sozinha.
Eu gosto de ficar sozinha.
Eu não quero ter mais nada com ninguém.
Não quero mais me relacionar...
Eu já namorei um bocado de vezes pra saber que é perda de tempo.
Aliás, por que pessoas se importam tanto com relacionar-se amorosamente com os outros quando elas já são únicas e suficientes?
Pra que se importar se no final sua bolha não vai penetrar a do outro?
É estúpido.
Agora sim, eu quero sexo.
Eu quero fazer sexo com garotas bonitas, com ou sem compromisso.
A verdade é que tudo o que eu tenho feito é por não se importar com nada e por puro hedonismo.
Mas mesmo assim, ainda me sinto vazia.
Pra transar com garotas bonitas - e de preferência inteligentes e interessantes - eu tenho que ser bonita também.
A partir desse momento, pelo meu discurso, você já vê como a vida é putridamente vazia.
E quem se importa se eu não transar com garotas bonitas?
Nem eu me importo.
Essa pizza de ontem está dura e fria.
Mas ao menos o refrigerante está gelado e ainda tem gás.

5 comentários:

elfman disse...

Tá soando que nem a minha amiga lucile, aquela demonha. Mas graças ao seu blog conheci o mangá gunjo que é bem bom, espero que traduzam tudo.

AArK Cianwood disse...

Nossa! XD Há quanto tempo! Como está você?
Pois é... Anda foda, mas ok.
E Gunjo é foda mesmo.
Thanx pelo comentário! ^^

AArK Cianwood disse...

Lucile <3

elfman disse...

Eu tava deprimido contemplenado o suícidio, mas agora está tudo bem porque rolou a cura espontanea para todos meus problemas. Se curte um agnst trash lê aí ó:
http://plzsiriwantsomemore.blogspot.com.br/2013/08/grotescas-natsuo-kirino.html
http://www.submarino.com.br/produto/7477681/livro-grotescas
trashzão deprimente e divertido.

AArK Cianwood disse...

Engraçado que eu já bati o olho nesse livro. Achei interessante. :3 Quero ler. Valeu pela recomendação.