O amor que nunca existiu

Como facadas estranhas por debaixo da pele
Eu vejo aquilo que eu nunca senti
Aquilo que eu nunca me permiti sentir
E mesmo assim corri atrás, sei lá porque
Um corredor sem fim
Uma sombra inalcançável
Como facadas estranhas por debaixo da pele (dói profundo)
Eu vejo aquilo que eu nunca senti
Escapar por entre meus dedos

E todos os olhares
E todos os toques
Todas as palavras
E até mesmo os beijos
E todas as promessas que nunca foram feitas
Todas as declarações que foram ignoradas
E toda essa dor embainhada
Num mar de indiferença
Implantada por você, não por nós duas, por você

De alguma forma... Eu fugi
Menti pra mim mesma uma, duas, três, quatro, cinco...
Incontáveis vezes
Enquanto eu te via se afastar
Nunca se aproximar

Ingênua
Ingênua fui eu
Cruel
Cruel foi você
E eu lembro do que eu disse
Te inocentando das culpas
O tiro veio do alto do prédio
Dum atirador escondido
Tão certeiro e preciso
Tão furtivo
O assassino invisível
O ombro amigo e o sorriso fingido

Como facadas estranhas por  debaixo da pele
Um buraco esquisito foi formado
A falta do que... A falta do que nunca aconteceu
Ou quase aconteceu
Mas não aconteceu
Por nossa culpa
Minha, tua
Mais tua que minha
Mais minha que tua, às vezes
Como facadas estranhas por debaixo da pele (dói profundo, bem lá no fundo da alma)
Eu sinto doer naquilo que nunca aconteceu
E que agora escapa pelas minhas lágrimas

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