Coelhinho Branco

Ela me disse uma vez para eu ser assim. Para eu não permitir dessa forma, para eu não pensar dessa forma, para eu não agir ou permitir agir dessa forma. E eu? O que fiz? Eu não dei ouvidos e dei de ombros. No final das contas, o que me resta? Nada. Sujeira para limpar das minhas próprias vontades, tudo aquilo que eu cismo em não enxergar. Latas vazias e amassadas de uma bebida que não mais me embebeda. Contas a pagar, todas as minhas perdas, as facas não-amoladas. Qual é o meu problema? A solidão me devorou, o vazio me preencheu, a tristeza me parece tão vulgar agora, mas tudo o que eu preciso é de uma dose de luxúria, e companhia sem benefícios. Companhia sem benefícios. Qual que é o seu nome? Por onde você anda? Estou cansada do barulho ensurdecedor, do som do telefone rangindo, me tirando a concentração nos momentos de calma. Estou cansada de pré-julgamentos, de sua religião, pessoas mandantes de crimes organizados para manipular pessoas insanas. Mentiras... Verdades... Mentiras que são verdades, verdades que são mentiras. Insistência, raiva, raiva, raiva... Vontade de quebrar alguma coisa, vontade de quebrar você. Por que ninguém concorda comigo? Por que logo ninguém? Por que logo você? Me deixe em paz! Me deixe em paz! Me deixe em paz! Estou... Sozinha aqui.

(Estou ouvindo: O som dos carros passando na rua)

Um comentário:

Anônimo disse...

Você vai se esconder na sua toca, coelhinho? Quando a chuva passar, o chão ainda estará encharcado e lamacento... ;)