Machine Head

Meu corpo todo está dolorido. Faltei a mais uma aula do curso. Estou cansada das coisas, da vida, das pessoas, dos rostos... Estou esgotada. Precisava me empenhar em alguma coisa que não se resumisse naquilo que eu já sei o que é. Ser ouvinte não é pra mim, ser destratada também não. Mas de alguma forma, eu acho que eu me assemelhei à alguma coisa, quando eu comecei a agir violentamente, como um porco-espinhos se defendendo.

"Cortando com o vidro
Dilacerando um vadio
Abandonado e destruído
Em todos os lados, porco-espinho"


Pra quê as pessoas ficam na defensiva!? Inveja!? Sobrevivência!? Eu já nem sei mais o que pensar. Os dias passam rasos e rápidos, como se nem pudéssemos sentí-los. Achei que a linha do tempo seria mais enjoativa se estivesse presa, e fincada, lerdando, lenta, langzam... como as caraminholas de nossas cabeças fúteis. Estou cansada disso, aliás, estou enjoada das coisas. Ando dormindo mais do que devia, e menos do que queria. Ando sendo um verdadeiro monstro. Um presente monstruoso divino. Incompreendida. Pra que continuar escrevendo? No intuito de impressionarmos, e nos pressionarmos, nos perdemos sem nenhum sentido. Eu sinto tanta falta de pessoas que não merecem o segundo gasto. E elas sentem tanta falta de mim. É como uma conexão mental absurda, produzida apenas para servir de barreira invisível, para desejos que mal existem de verdade... Ou que se existem, são simplesmente desconhecidos e transtornados, conectados por um fio, quase sempre insano, e ineficaz (porque aos olhos humanos as coisas sempre têm de ser polemizadas), e provavelmete distorcido demais pela moral que as pessoas aplicam sobre isso. Aah... Estou por um fio. Porque eu descobri...

Descobri...

Que ninguém vale tanto a pena assim.
/Ninguém faz valer.

Minha frustração é apenas parte da minha arte. Dos componentes que me formam... Eu me sinto tão confiante, tão destrutiva, tão egocêntrica (essa palavra não é forte por si só, e um tanto... covarde?), tão orgulhosa, tão imponente, tão possessiva, tão bruta, tão rígida, tão seletiva, tão prepotente, tão misteriosa, tão magnânima... E ao mesmo tempo me sinto um verdadeiro lixo. Desgostosa, desgastante, desestruturada, desnaturada, eu nem ao menos sei o que eu sinto, o que eu vejo com os meus olhos fechados, o que eu busco... O que demônios eu busco!? Qual é o meu objetivo?! As farpas estão todas tão afiadas, mais do que costumavam estar antigamente, quando meus demônios interiores tinham nomes, porque foram nomeados por mim.

"Eu crio meus próprios inimigos".

Descobri que a sobrevivência é apenas mais um detalhe.
Descobri que as pessoas tendem a se sentir sozinhas, porque assim elas podem se apetecer.
Descobri que enquanto você se sente bom demais, perfeito demais pra cometer um erro... Você já está cometendo o pior de todos eles.
O acreditar que se gosta de uma pessoa perfeita e inalcançável, enquanto esta pessoa pode fatalmente estar abaixo de você na escala da perfeição, leva a um rastro de dúvida, e incertezas, e... um tiro no escuro. Você continua fazendo de si mesmo um "João-Bobo". E o que ganha com isso? Algum respeito? Alguma insígnea? Algum escapismo!?

Eu preciso de uma cerveja. /FATO


(Estou ouvindo a mesma bosta de sempre, e que se foda você e todo mundo)

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