Pra que? Pra que ficar guardando tanta coisa morta? Tantos fantasmas à espreita? Pra que isso novamente?
Estou cansada de ter de carregar tuas amarras, tuas correntes com bolas de ferro enferrujadas
Elas não se importam com você
E não é tudo como deveria ser, você sabe disso melhor que eu, quem alimenta isso é você
As luzes do cemitério estão apagadas agora
Nunca foi e nunca será culpa minha
E o demônio volta novamente pra separar os laços que um dia construímos
Pra que? Pra que ficar contando com coisas enterradas? Tantos abutres sobrevoando? Pra que isso de novo?
Estou cansada de ter que aturar cópias imperfeitas, todos os meus pesadelos, todos seus ex-sonhos
Elas não ligam pra você
E não é nada como deveria ser, porque eu já estou cansada, cansada, cansada disso tudo
As luzes do cemitério vêm todas de velas
E as velas derretem com o tempo que já se passou
E o demônio se alimenta das nossas brigas, o tempo todo e a todo minuto
Enquanto eu sinto dor e falta
Você desmaia
Enquanto eu sinto dor e falta
Elas já te esqueceram
Mas você não as esquece
Pois você ainda guarda seus mortos em um cemitério...
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